sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

PALESTRANTES E PALESTRAS


Warwick Mota  

Sempre que se fala em reunião pública, pensamos logo em palestra, e, por via de consequência, imaginamos quem será o expositor e qual será o tema a ser apresentado no dia. É sempre motivo de expectativa, por parte do público assistente, o tema a ser abordado pelo palestrante.

A palestra espírita constitui-se, nos dias atuais, num dos grandes mecanismos de divulgação da Doutrina, principalmente para as pessoas que estão chegando pela primeira vez à Casa. A mensagem renovadora e esclarecedora que passa o expositor tem, como objetivos principais, o despertar de consciências e a valorização de aspectos espirituais esquecidos que conduzem o homem a uma participação efetiva no processo evolutivo da humanidade.

Como sabemos, muitas pessoas buscam a Doutrina Espírita na certeza de que vão encontrar respostas concernentes para suas dúvidas e aflições. É aquela famosa frase: se não chegamos pelo amor, chegamos pela dor. Os conceitos impostos ao longo dos tempos pelas religiões ortodoxas trazem o questionamento pessoal de valores espirituais e levam pessoas a procurarem um argumento forte que satisfaça suas dúvidas.


Há um dito popular que diz que a primeira impressão é a que fica, e, no caso, o papel do expositor é de extrema importância para a transmissão de conceitos renovadores, a exposição balizada no evangelho de Jesus, nas obras básicas de Kardec, ou em obras de alto cunho doutrinário, como as de Léon Dennis, Gabriel Delanne, Herculano Pires etc., que realçam o caráter da pureza doutrinária, dirimindo dúvidas, e, por extensão, trazendo esperança e conforto a corações aflitos.


Logicamente nós, Espíritas, sabemos que o papel das palestras não se resume simplesmente em esclarecer os encarnados, pois que há um envolvimento maior no contexto, e que essa dinâmica gira entre o plano físico e extrafísico; é aí que entram as nossas companhias espirituais. Cabe-se observar, ainda, que, quando nos acomodamos em um banco, de um salão de palestras, trazemos a nossa psicosfera pessoal alterada em função dos nossos problemas vividos ao longo do dia, e que as pessoas que nos cercam trazem problemas idênticos ou diferentes dos nossos, o que já envolve a psicosfera do ambiente.


Nós carregamos conosco nossas companhias espirituais, que nos acompanham ao Centro e se acomodam junto a nós, nos bancos do salão, tendo participação efetiva na psicosfera do local. À medida que o expositor desenvolve o assunto, acontece a mudança espiritual no ambiente, pois se modifica o teor das vibrações, por meio da uniformização dos pensamentos.


É justamente a figura do expositor que nos chama atenção. A falta de preparo e o pouco conhecimento da Doutrina podem trazer sérios problemas. A responsabilidade de quem assume a tribuna espírita é muito grande, pois os comprometimentos são muitos. A abordagem de forma pessoal, de assuntos que requerem conhecimento doutrinário, pode afastar para sempre aquele que chega pela primeira vez à Casa.


A ambição de alguns em subir à tribuna é, no mínimo, preocupante, pois o objetivo, no caso, não é levar o Espiritismo ao público, mas, sim, buscar o status de orador espírita. Para isso, usam dos mais variados artifícios; esquecem que devem ter estilo próprio e se preocupam em imitar grandes expositores, inclusive nos gestos, ou, então, limitam-se a decorar longos trabalhos recheados de um vocabulário altamente prolixo, que, logicamente, vai prender o público mais no significado das palavras, do que na mensagem.


A preparação do palestrante é de fundamental importância. A observação cuidadosa dos assuntos a serem abordados e o cuidado em citar Jesus e Kardec nas exposições trazem, com certeza, a boa inspiração por parte da espiritualidade maior e proporcionam um melhor feedback do público.



           
 
 
           

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