Conforme nos ensina a moderna Psicologia, todos temos o Self, nosso eu verdadeiro, ainda mascarado pelo Ego, a personalidade que tem um contexto social muito ostensivo, porque se antepõe ao verdadeiro Eu. O Ego vem atender a necessidades sociais do nosso status quo. Então a manifestação egoica vai mascarando o Self, com alguns comportamentos que se manifestam de acordo com a ocasião. O Ego não permite que o verdadeiro Eu manifeste-se, e, portanto, criam-se diversas máscaras, com a atenção voltada ao comportamento social.
Então seguimos
sobrepondo, em nós, egoísmo, orgulho, vaidade, o ciúme que destrói... E tudo
isso vai impedindo que nosso ser verdadeiro manifeste-se.
Mas eis que Jesus vem e
convida-nos a uma viagem na direção do nosso autoencontro, cujo principal
prêmio será o conhecimento de nós mesmos. Aí rompemos as barreiras do Ego!
Jesus é o grande
psicoterapeuta das nossas almas e, na grandeza do amor que ele tem por nós,
convida o homem a uma nova condição: a de não mais ser quem teme a Deus, mas de
ser o filho que ama o Pai que lhe examina os comportamentos.
Todos somos espíritos
em evolução, em caminhada, ainda não perfeitos, com nossas experiências e
fraquezas. Caminhamos juntos.
É isso que Jesus traz: que,
nessa caminhada, podemos brilhar!
O “Vós sois a luz do
mundo!”(1), dito pelo Mestre, é um convite a que construamos, em nós, a estrutura
moral que nos dará sustentação, para sermos o porto seguro, a nós mesmos, mas
também a nossa família, aos nossos amigos.
Toda luz possui uma
fonte de energia que a sustenta e mantém.
Jesus é enfático quando
afirma que nós somos a luz do mundo porque somos filhos da luz, e a fonte que
nos alimenta é Deus.
O papel da luz é rasgar
as trevas, iluminar.
Nosso papel, como
cristãos, é iluminar os caminhos daqueles que caminham conosco, e Jesus também espera
que sejamos as lanternas da boa vontade na doação das nossas forças em
benefício do outro.
Precisamos ser luz.
Primeiro para nós mesmos,
depois para os outros.
Precisamos manter nosso
lume aceso, construído sobre um arcabouço moral-existencial, inclusive porque todos
nós podemos, um dia, cair em erro, em algum momento da vida, já que todos somos
falíveis.
E, nesse caso, se temos
estruturada a nossa luz interior, após as tempestades sempre saberemos retornar
ao início, aos nossos alicerces, e, ali, recomeçarmos a jornada interrompida.
Observemos que, num
momento de dor, de muito sofrimento, de dificuldades, assim como o filho
pródigo voltamo-nos também à casa paterna, que, na verdade, é Deus...
Nesses instantes, somos
a própria a luz, buscando a fonte, o manancial que jamais se esgota, que é
Deus, nosso Pai, todo Amor e Bondade.
Os momentos de erro, de
quedas, são mesmo os instantes de fragmentações morais, quando se evidencia o
bem e o mal que ainda existem em nós. Mas também, quando vivenciados, esses
instantes representam a oportunidade de o dito Self iluminar o caminho e,
cada vez mais, fazer-se radioso.
É quando aceitamos e
assumimos, em consonância ao preceito de Jesus, que somos, sim, luz.
Somos a luz do mundo e
devemos fazer essa luz brilhar, em cada ato, cada gesto, cada passo.
Quando já temos
conhecimento e vontade para iluminar, ainda que por momentos, a vida dos
semelhantes, podemos guardar a certeza de que o maior beneficiado seremos
sempre nós mesmos.
Busquemos ser as
melhores pessoas que possamos ser, “lutando contra as sombras que ainda nos perturbam
a existência, para que se faça em nós o reinado da luz” (2), todos os dias. Este,
o lembrete que nos faz Emmanuel, acerca do convite, sempre presente, do Mestre
Jesus: “Brilhe a vossa luz!” (3).
Referências:
1.
Mateus,
5:14.
2. XAVIER,
Francisco Cândido (Pelo Espírito Emmanuel). Fonte Viva. FEB, 17ª. ed,. 1990,
Rio de Janeiro, RJ., p. 262.
3. Mateus, 5:16