Warwick Mota
É de conhecimento comum entre os espíritas
as bênçãos e orientações preciosas que a literatura espírita nos contempla, e
que versa sobre nossa conduta na condução das tarefas na Seara, bem como, das
relações interpessoais mantidas entre os companheiros de ideal cristão.
O cap. 7º, da obra, “Opinião
Espírita”, psicografia de Chico Xavier e Waldo Vieira, pelos Espíritos,
Emmanuel e André Luiz – ed. CEC, traz, no primeiro e segundo parágrafos as
seguintes observações:
- “O espírita deve ser verdadeiro, mas não agressivo, manejando a verdade a ponto de convertê-la em tacape na pele dos semelhantes”.
- “Bom, mas não displicente que chegue favorecer a força do mal, sob o pretexto de cultivar a ternura.”
As relações interpessoais no
ambiente de trabalho, especialmente no trabalho espírita, requerem uma afinada
interação entre as pessoas, isso se faz necessário tendo em vista que em
qualquer grupo sempre afluem várias diferenças como conhecimentos em níveis
diferentes, informações, opiniões, preconceitos, atitudes, gostos e
experiências anteriores, o que provoca em cada situação vivida pelo grupo, uma
leitura diferenciada em níveis de percepção, opinião e sentimento em relação à
situação compartilhada.
A necessidade de uma boa comunicação entre as partes fica patente em cada processo relacional, e nesse contexto, elementos de auxílio ao processo devem ser utilizados, um bom exemplo são os programas de atendimento e o acolhimento fraterno, que devem ser estendidos também ao público interno da casa, imprimindo assim, qualidade as relações interpessoais.
A necessidade de uma boa comunicação entre as partes fica patente em cada processo relacional, e nesse contexto, elementos de auxílio ao processo devem ser utilizados, um bom exemplo são os programas de atendimento e o acolhimento fraterno, que devem ser estendidos também ao público interno da casa, imprimindo assim, qualidade as relações interpessoais.
As casas espíritas, indistintamente, se não tem, deveriam ter um programa de
atendimento fraterno para àqueles que chegam pela primeira vez à instituição,
é impressionante como este trabalho quando bem orientado funciona bem, o
sentimento de acolhimento que o visitante ou iniciante experimenta ao ser
recebido de forma acolhedora na Casa, desperta uma sensação de confiança e de
bem-estar, porém, a maioria destes programas espelha apenas um lado da moeda, o
lado do acolhido, é necessário que se veja também as necessidades do
trabalhador.
Poucas casas espíritas destinam
um tratamento diferenciado a seu maior patrimônio, os seus trabalhadores, pois
estes também passam por dificuldades emocionais, psíquicas e físicas. Quando
uma situação-problema é detectada, na maioria das vezes o trabalhador se
encontra desestimulado ou descontente com a instituição que frequenta, porque
ele próprio não se sente acolhido, falta-lhe em muitos casos o apoio que ele
tanto carece, caridade começa em casa, olhamos tanto para aqueles que estão
fora, que muitas vezes esquecemos que os grandes necessitados se encontram
dentro de casa.
Temos visto ao longo dos anos
muitas agremiações espíritas esvaziarem-se, e pasmem, até fecharem as portas
por falta de trabalhadores, isso é muito triste, em muitos casos os
colaboradores começam um trabalho sério, envolvente, para logo começarem surgir
dificuldades, são dirigentes autoritários, personalistas, são os donos de
coordenações, que acham que os seus departamentos são um centro espírita à
parte, é o “centro dento do centro”, falta a estes, sentimento de equipe, é
necessário acabar com esta “síndrome de propriedade”, não somos donos de nada
tudo nos é concedido por empréstimo, o trabalho espírita não tem donos apenas
colaboradores, independente do cargo que ocupem.
Fraternidade, com certeza este é
um sentimento que deve imperar em todas as relações interpessoais, verdade como
instrumento de esclarecimento, bondade sem displicência, sem subserviência,
firmeza nas posições é fundamental, mas sem a agressividade da imposição, o bom
desenvolvimento do trabalho espírita se fundamenta em dois aspectos de grande
importância:
a) o aspecto doutrinário, é necessário conhecer a fundo a Doutrina;
b) o aspecto moral, é imperioso buscar sempre o aprimoramento moral, desarmar-se das vaidades.
Temperando estes aspectos com ponderação e bom senso as relações interpessoais darão um grande salto qualitativo que resultará em instituições espíritas cada vez mais humanizadas no relacionamento entre seus pares e mais espiritualizadas em um contexto maior.
Matéria publicada no Jornal O CLARIM, edição de Novembro/2004 Editora: O Clarim
- www.oclarim.com.br a) o aspecto doutrinário, é necessário conhecer a fundo a Doutrina;
b) o aspecto moral, é imperioso buscar sempre o aprimoramento moral, desarmar-se das vaidades.
Temperando estes aspectos com ponderação e bom senso as relações interpessoais darão um grande salto qualitativo que resultará em instituições espíritas cada vez mais humanizadas no relacionamento entre seus pares e mais espiritualizadas em um contexto maior.
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